Por que continuamos?

O ano era 2019. O meu plano de vida era fazer um doutorado. Eu tinha acabado de defender o mestrado no final de 2018, e tinha resolvido me dar um ano para me preparar para um doutorado, no Brasil ou fora.

Nesse meio tempo, resolvi trabalhar com qualquer coisa que me desse algum dinheiro mas que não me ocupasse tantas horas do dia. Em idas e vindas, acabei virando motorista de aplicativos.

Alguns meses depois, fui trabalhar no bar de um restaurante. Um dos donos havia me prometido um salário de R$1.800,00. E eu não hesitei em aceitar.

Da mesma maneira, em 2020, quando comecei a operar no mercado financeiro, recebi uma espécie de promessa (que depois descobri ser falsa) de uma possível bolsa de pesquisa, no valor de R$1.500,00. E na época fez sentido considerar essa proposta.

Lembrando desses dois casos, o que eu realmente quero discutir aqui é o título do post.

Por que continuamos?

Aqui, estou encarando as duas atividades (motorista e operador do mercado financeiro) como algo que dá às pessoas autonomia e liberdade de escolher como atuar. Por que, na época, eu não hesitei em deixá-las de lado para aceitar um salário fixo?

A resposta é simples. No fundo, eu não acreditava no que eu estava fazendo. Então, qualquer proposta de salário fixo parecia bem mais atraente. Eu inclusive deixava de lado todos os meus critérios e preferências pessoais (eu sempre gostei de autonomia, por exemplo) em prol dessa “segurança” assim dita.

Trazendo essa reflexão pro contexto de várias pessoas que desejam empreender mas não seguem o caminho que querem, o que observo é que muitas vezes entramos num certo “limbo” de inatividade porque estamos misturando o conforto do que já é conhecido com a falta de crença no novo e inseguro.

Por isso, termino esse post com a seguinte provocação: você acredita no que está fazendo?

Eu adoraria ouvir suas reflexões sobre o tema. Me dê um oi no whatsapp ou no email, e vamos conversar!

Como cobrar o preço correto?

Um dos maiores desafios que passamos quando desejamos empreender é cobrar o preço correto pelos nossos serviços e produtos.

Como empreendedora, eu não fui uma exceção. Quando comecei, minha tendência era buscar clientes gratuitos com o objetivo de ganhar experiência, visibilidade, confiança, ou até mesmo conquistar os clientes pela oferta gratuita, com a esperança de que as pessoas me pagassem um dia. Eu tinha uma tendência também de buscar modelos baseados no resultado, ou seja, que eu fosse remunerada somente se o cliente tivesse resultados.

No entanto, essas tentativas provavelmente vinham de uma insegurança de estar desacreditada do meu negócio. E eu estava esquecendo um ponto fundamental, que é: a troca financeira é o que vai proporcionar o sucesso do negócio. É uma condição para que a transformação aconteça.

E isso vale para todos os negócios.

A troca financeira permite que as partes envolvidas se comprometam, cobrem uma da outra em termos de resultado, e o melhor, que elas pensem no dinheiro trocado como um investimento. Afinal, se uma pessoa está te pagando, é porque ela acredita que o valor que ela terá é no mínimo equivalente ao valor financeiro – mas vamos combinar que você provavelmente está dando pra ela mais do que ela te paga, e essa é a direção que você deve seguir: sempre dar aos seus clientes mais do que eles te pagam.

Dito tudo isso, separei três dicas para que você possa trabalhar o receio de começar a cobrar um valor justo pelas suas ofertas.

1. Não cobrar é um desserviço pra você e pro seu cliente… e para o mundo

Essa ideia é autoexplicativa. Clientes levam mais a sério quando precisam incorrer em custos. E isso é aplicável a qualquer coisa, até mesmo terapias alternativas ou holísticas – inclusive, principalmente nesses casos, não há nada de errado em cobrar.

A princípio a ideia de não cobrar parece ser muito nobre, mas é um desserviço, pois a mensagem que você está passando é a de que o seu cliente não conseguiria dar o melhor de si para te remunerar.

2. Você merece ser remunerado, só pelo fato de ter feito o trabalho

Aqui está um ponto importante, mas que pode te ajudar.

Você provavelmente investiu muito tempo, dinheiro, energia e recursos para conseguir ofertar o que está ofertando. Seja em cursos, capacitações, ou adquirindo a experiência necessária. Então, independente do resultado para o seu cliente (e sim, podem ocorrer ocasiões em que seu cliente não terá os resultados esperados), você merece ser remunerado mesmo assim.

Essa ideia pode ser um pouco contra intuitiva, pois muito da nossa cultura em relação a dinheiro prega que não somos merecedores. Mas acredite, você merece, todos nós merecemos ser remunerados pelo nosso trabalho. De maneira mais “filosófica”, se nós ajudamos o mundo a ir para a frente, nós merecemos retorno por isso.

3. Se você ainda não consegue cobrar, faça um plano e procure evoluir

Se você ainda tem dificuldades para começar a cobrar, você pode começar ofertando gratuitamente ou cobrando um valor abaixo do ideal (eu mesma fiz as duas coisas). Ou um outro tipo de abstração, que é cobrar o valor inteiro por um número maior de sessões ou produtos. A ideia dessa última proposta é você se acostumar a comunicar um certo valor financeiro ao seu cliente.

Mas o ideal é ter uma meta, por exemplo: depois de 3 clientes, passarei a cobrar meu valor ideal. E nunca se esquecer dessa meta, não tirar a ideia de progresso da cabeça.

Acredite, você consegue e você merece!

Como vender serviços?

Cytoon Photography / Unsplash

Eu nunca gostei muito de vender. Na verdade, eu não gostava de nada relacionado a vendas, de maneira geral. Tendo crescido com a época do telemarketing, eu sempre senti como se vendas fosse sobre alguém me empurrando algo que eu não precisava, querendo pegar meu dinheiro a qualquer custo.

Aos 28 anos comecei a trabalhar em uma função que, apesar de não ser explicitamente na área comercial, se parecia muito com a função de hunter. Eu era responsável por prospectar empresas, e simplesmente adorei minha rotina de trabalho e todas as coisas que aprendi. Logo percebi que vender não precisa ser um bicho de sete cabeças e qualquer pessoa consegue aprender, se quiser.

Hoje, trabalhando com empreendedores, vejo que uma dor comum de quem pretende ofertar algo é: como vendo meus serviços?

Vamos começar, primeiro, com um ajuste conceitual:

Venda = dinheiro caindo na sua conta.

Se você não fechou um negócio e seu cliente não te pagou, você não vendeu. É simples assim, mas nós frequentemente nos esquecemos disso.

Dito isso, também precisamos de alguns ajustes de mentalidade:

Não há nada de errado em vender.

Sim, esse pra mim é o principal ajuste que precisa ser feito. Vendas servem para nos proporcionar a remuneração financeira pelo que ofertamos às pessoas. Se não vendemos, não temos um negócio de verdade rodando.

No entanto, muitos de nós temos o mesmo sentimento que mencionei acima: o de que vendas são incisivas, vendas são invasivas, vendedores só pensam em dinheiro, e muitas outras coisas. Às vezes já sabemos o que queremos comprar, e não precisamos de vendedores. Às vezes tentam nos vender algo que não é tão interessante, o que também é super normal.

Mas a verdade é que vendas existem para que as negociações sejam feitas, então, voltando ao que há de mais básico: vendas precisam acontecer para que tenhamos acesso aos produtos e serviços que melhoram a nossa vida. Essa é uma verdade simples que todo empreendedor deve ter em mente, para que não se sinta mal ou culpado ao oferecer seus serviços.

Por fim, vamos então às principais dicas para quem quer vender serviços:

1. Escute seu cliente, o máximo que você puder. Faça uma proposta que se adeque às necessidades dessa pessoa

Algo fundamental quando falamos em venda de serviços é o fato de que a troca é sempre mais sobre o outro do que sobre nós mesmos. Como um prestador de serviços, você deve entender ao máximo as necessidades e dores do seu cliente, para que você possa convencê-lo de que você tem a solução perfeita para ele (e você tem!).

2. Tangibilize os benefícios do serviço para o seu cliente

Quando se vende um serviço, geralmente a pessoa não consegue ver, tocar ou experimentar o que está sendo ofertado, como acontece com produtos. Sendo assim, é nosso trabalho explicitar o máximo possível os benefícios, transformações, melhorias ou quaisquer outras vantagens que nossos clientes terão ao usufruir do serviço.

3. Faça com que sua história, seu nome ou sua marca cheguem antes às pessoas

Essa, para mim, é a dica mais importante de todas. É muito mais fácil vender um serviço quando as pessoas já sabem alguma coisa da nossa oferta de antemão. Aqui, usamos a nosso favor o poder das indicações, do “boca a boca” e da reputação. Mesmo que você ainda não tenha tido clientes, algo que você pode começar a fazer é comunicar amigos, família e conhecidos do seu serviço. Apareça, faça seu nome ser lembrado e já estar na cabeça das pessoas – quando você for ter uma conversa oficial de vendas, a abordagem não vai ser “do nada” e muito do seu trabalho será facilitado.

Se você gostou dessas dicas, ou se está enfrentando desafios na sua jornada empreendedora, me conte por email ou whatsapp. Vou adorar conversar com você e saber como posso te ajudar!

Meu freelance favorito

Eu nunca gostei de domingos.

Isso só mudou quando eu saí do meu trabalho no final de 2018 e precisei ter as corridas de aplicativo como uma das minhas principais fontes de renda. Eu já havia feito o cadastro na Uber, em 2016, e na época um tio meu também começou a rodar pelos aplicativos. Foi esse tio que me ajudou a superar meus receios quanto à atividade, pois ele me disse algo que é verdade: a maioria dos clientes de aplicativo é uma mulher sozinha. Essa informação me tranquilizou bastante.

Por meio de tentativas e erros, decidi que meu horário seria das 16h até aproximadamente 22h. Além disso, fui experimentando e concluí que o melhor lugar para esperar a primeira corrida do dia era sempre a garagem da minha casa. E domingo é um dos melhores dias para se rodar, principalmente porque a cidade fica com menos carros circulantes, e a maioria das pessoas está se transportando para fins de lazer e não a trabalho. Domingo virou, então, sinônimo de trabalho, mas eu encarava isso de uma maneira boa e absolutamente leve.

Eu já trabalhei em vários tipos de atividades que eu chamo de freelances – desde professora de matemática até a hostess e bartender de restaurantes (minhas duas piores experiências de trabalho), passando por outros tipos de serviços variados, como vendedora, atendente de locadora e até tradutora. Mas de todos, Uber sempre foi o que eu mais gostei. E por que eu gostava tanto?

Por um motivo simples: como motorista, eu tinha completa autonomia para decidir praticamente tudo, incluindo meus horários de começo e fim, pausas, descansos e várias outras coisas.

Foi uma época difícil, mas ao mesmo tempo bem boa da minha vida. Especificamente, foi nessa época que eu conheci o trabalho da pessoa que veio a ser hoje minha mentora, a Leah Gervais. Eu baixei um episódio do podcast dela e ficava escutando no carro, enquanto aguardava corridas. Outro hábito que comecei a desenvolver foi o de assistir vídeos e até ler livros de finanças nesses intervalos ociosos da atividade.

Por todos esses motivos, guardo essa época da minha vida na memória com um carinho especial, e dessa época, a lembrança de fazer Uber aos domingos sempre me será muito agradável.

E você, qual foi o seu freelance favorito? Deixe um comentário, ou me mande um email – eu adoraria saber sua visão sobre freelances e o que você gosta ou não gosta neles.